Apaf encontra cães maltratados em residência no Centro

 

Segundo testemunhas, filhotes estavam comendo terra por falta de alimento e um dos animais adultos se locomovia com dificuldade devido à fraqueza

20 de março de 2015

 

 

Dez cachorros foram encontrados em estado deplorável em uma residência localizada na região central do município por protetores da Apaf (Associação Protetora dos Animais de Formiga). Três cadelas adultas estão tão magras, que é possível contar as costelas dos animais. Os sete filhotes também apresentavam estar muito debilitados e, segundo vizinhos, estavam comendo terra por falta de alimento.

Cinco filhotes não resistiram e morreram. Dois estão internados em uma clínica veterinária. Entre as cadelas adultas, a mais fragilizada (que não estava mais conseguindo se locomover devido à extrema fraqueza) está recebendo tratamento médico e, atualmente, está sendo cuidada em um lar temporário.  As outras duas continuam morando com a tutora/proprietária, que, mesmo não tendo condições de cuidar, não quer doar os animais.

De acordo com a Apaf, assim que tomou conhecimento do caso, duas protetoras entraram em contato com a tutora dos animais com o objetivo de auxiliar os cães. Questionada sobre o motivo de não alimentar seus animais, a tutora disse que “alimentava” os cães com comida humana. No entanto, é visível a condição precária em que foram encontrados. Um exame sanguíneo, realizado em uma clínica veterinária, indicou que o sangue dos animais está sem plaqueta, muito ralo, “parecendo água”, conforme informou uma protetora.

Os protetores deixaram vários sacos de ração com a tutora dos animais para que ela alimentasse as duas cadelas que ainda estão sob sua tutela.  Além da ração, foram deixados remédios para a medicação das cadelas após serem examinadas por um veterinário. Mas, segundo uma das protetoras, não é possível saber se “realmente os animais estão sendo devidamente medicados”. “No dia em que fomos pegar uma das cadelas para levar ao veterinário, deparamos com os filhotes agonizando devido à intoxicação de bolfo [remédio de uso exclusivo para matar piolhos em galinheiros, baias, estábulos e demais instalações pecuárias] comprado pela tutora para matar carrapatos e pulgas nos cães”, relatou uma protetora. Dois filhotes já estavam mortos, um morreu diante das protetoras e quatro foram resgatados ainda com vida, porém, dois não resistiram à intoxicação e a fraqueza por falta de comida, restando apenas dois filhotes. Anteontem, as protetoras acionaram uma viatura da Polícia Militar, que compareceu ao local e resultou na confecção do Boletim de Ocorrência 8620274.

Conforme informações da Apaf, a tutora, mesmo recebendo toda a ajuda necessária, não “se preocupou em cuidar de seus animais” e, por isso, será denunciada ao Ministério Público. A associação ressalta que maltratar animais é crime ambiental tipificado no artigo 32 da Lei nº 9.605/1998. O agressor pode pegar pena de detenção de três meses a um ano, inclusive multa.

 

Adoção

Devido à situação de maus-tratos em que foram encontrados os animais, a Apaf colocará os cães para adoção. A associação ressaltou que não tem abrigos e os animais resgatados e encontrados nas ruas são levados para lares temporários ou são adotados imediatamente. “Pedimos às pessoas que se solidarizem com esses animais que foram cruelmente abandonados à própria sorte que cedam seu lar e seu coração para eles. Os que sobreviveram estão lutando pela vida, com a doçura e inocência nos olhos de que ainda podem ser amados”, enfatizou a Apaf. Quem quiser adotar pode ligar para o telefone: 3321-2691.

 

 

Fonte: Jornal O Pergaminho, edição 4074, 20 de março de 2015.