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Apaf quer que Formiga instale casinhas e comedouros para cachorros de rua
 
Abaixo-assinado virtual foi criado pedindo a autorização do Município para a instalação dos objetos
29 de outubro de 2015
 

 

   Todos os animais existentes no país são tutelados pelo Estado. Há um capítulo específico na Constituição Federal sobre a proteção ambiental. Em Formiga, há muitos cães abandonados nas ruas, que passam fome, sede e frio. Pensando em diminuir o sofrimento desses animais, a Apaf (Associação Protetora dos Animais de Formiga), com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, criou um abaixo-assinado virtual pedindo a autorização do prefeito Moacir Ribeiro/PMDB para que sejam instalados casinhas, comedouros e bebedouros no município para cachorros e gatos de rua.

   O abaixo-assinado virtual foi criado no site Avaaz.org, uma plataforma de petições on-line que possibilita que pessoas de todo o mundo possam divulgar campanhas sociais e atingir seus objetivos. Até as 17 horas de ontem, 198 pessoas tinham assinado a petição, que pode ser acessada no link:

 

 

 

 

 

 

 

   De acordo com a presidente da Apaf, Márcia Alves, a intenção é conseguir 600 assinaturas virtuais para que o documento seja enviado ao prefeito Moacir juntamente às outras cem assinaturas adquiridas durante um protesto contra envenenamento de animais na Praça da Matriz, no final do mês passado. As 700 assinaturas representarão a vontade de mais de um por cento da população, que atualmente é 68.040 mil habitantes, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

   De acordo com a petição criada pela Apaf, as casinhas, comedouros e bebedouros serão instalados em locais estratégicos, como praças, no Terminal Rodoviário, em passeios (desde que haja a permissão do morador) e em locais onde existam câmeras de vigilância. Isso porque o objetivo é que os locais sejam públicos e monitorados para que não exista a possibilidade de envenenamento de animais. “O ser humano deve conviver harmoniosamente com os animais, especialmente os domésticos, como os cães e os gatos, levando-se em conta que esses são ameaçados constantemente, não no que respeita à extinção, e sim no que tange às perversidades e crueldades, no que passam fome, sede, frio, medo. Eles não possuem meios de se defender, não sendo capazes de procurar os seus direitos”, diz trecho da petição.De acordo com Márcia Alves, a montagem e a instalação dos objetos não acarretarão em gastos para o Município, já que a associação, protetores e moradores ficarão responsáveis pelas despesas referentes à montagem, à instalação e ao abastecimento de ração e água.

 

Exemplos

   Outras cidades do país já tiveram a iniciativa de instalar casinhas nas calçadas para dar abrigo a animais abandonados. Esse é o caso dos municípios de Ouro Branco e Santa Maria de Itabira, em Minas Gerais, das cidades de Cruz Alta e Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, e de Curitiba e Londrina, no Paraná. Aliás, o Sul do país é referência quando o assunto é proteção animal. Em Canoas, no Rio Grande do Sul, foi montado um hospital veterinário que recebeu o nome de Centro de Bem-Estar Animal, onde há atendimento gratuito a animais de rua doentes ou atropelados. As famílias de baixa renda (até três salários mínimos) podem levar cães e gatos para atendimento. Em Florianópolis, Santa Catarina, foi criado o Samuvet (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Veterinário). Cães, gatos e cavalos abandonados envolvidos em ocorrências como acidentes de trânsito são socorridos. Já a Câmara Municipal de Ponta Grossa, no Paraná, aprovou em agosto o projeto de lei que dá descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para quem adotar cães e gatos do Canil Municipal. O desconto no IPTU é anual e vai de R$ 63 a R$ 127, dependendo de cada caso. Para obter a redução, o contribuinte precisa assinar um termo de compromisso com a prefeitura. No documento, o morador se compromete a cuidar bem do animal. A prefeitura vai fiscalizar o contribuinte para saber se ele continua com o cão ou o gato adotado.

 

Castrações

   Castrações evitam o nascimento de 30 mil animais O objetivo da castração é controlar o crescimento da população canina e felina das ruas da cidade, evitando a proliferação de doenças, crias indesejadas e abandonadas. Desde 2012, quando a Apaf começou a desenvolver o programa de castração em cães e gatos, mais de dois mil animais já foram castrados, evitando o nascimento de mais de 30 mil animais nas ruas. De acordo com uma estatística divulgada pela associação, para cada gata castrada deixam de nascer 45 filhotes por ano e, para cada cadela castrada, são 15 a menos.

   A Apaf e o Codevida (Centro de Defesa à Vida Animal), órgão subordinado à Secretária Municipal de Gestão Ambiental, trabalham em parceria junto a outros órgãos, como o Ministério Público, que envia para a associação verbas provenientes de multas ambientais e transações penais, da Associação Regional de Proteção Ambiental de Divinópolis (Arpa II) - que cedeu em sistema de comodato o veículo utilizado na captura de animais de rua para serem castrados no Codevida ou levados para tratamento veterinário em clínicas particulares - e o Unifor, que envia alunos do curso de medicina veterinária para auxiliar nas castrações.

 

Codevida

   Os animais de rua feridos, vítimas de atropelamentos e maus-tratos, são resgatados pelo Codevida e levados para sua sede. A Climvet (Clínica de Medicina Veterinária do Unifor) auxilia nos tratamentos.O órgão não é um canil. Ele foi criado em 2012 com o objetivo de, apenas, tratar animais doentes, que ao serem recuperados são encaminhados novamente às ruas, e para ser um local destinado às castrações de cães e gatos.A cidade de Formiga tem avançado na proteção ambiental, com a criação da Apaf e do Codevida. No entanto, o município carrega um traço triste e cruel. Isso porque, antigamente, aproximadamente 70 cães eram sacrificados por semana eletrocutados, conforme informou um veterinário.

 

Casinhas de cachorros foram instaladas nas ruas de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul

Crédito: Globo.com

A Um exemplo de comedouro para animais de rua que poderá ser elaborado

Crédito: Imagem/Internet

Fonte: Jornal O Pergaminho, edição 4226, 28 de outubro de 2015.
 
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